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SAFs
Estimativas de Biomassa e Carbono
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A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos para o SAFs silvibananeiros da região de Torres-RS,
organizados por unidades de produção, ou seja, pelos agricultores e áreas de SAFs inventariadas e mapeadas.
Tabela 1. Resumo das estimativas de diversidade de espécies, biomassa e carbono realizadas nos SAFs da Região de Torres, Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
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Legenda
N. Ind. – número de indivíduos amostrados;
ua – unidade amostral; AA –Área amostral (ha);
P – Biomassa arbórea acima do solo t/ha;
C – carbono estocado na biomassa t/ha;
H’ – Índice de Diversidade de Shannon-Weaner;
t/ha – toneladas por hectare.
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A média das estimativas de biomassa arbórea acima do solo (P) e carbono estocado na mesma (C) alcançaram valores de 51,8 e 25,9 t/ha
respectivamente. Estes valores ficaram abaixo dos limites estabelecidos por Albrecht e Kandji (2003) para vegetação de SAFs na América do Sul,
valores que variam de 39 a 102 t/ha de carbono, e distante da estimativa de Montagnini e Nair (2004), para SAFs em regiões tropicais, com valor de 50 t/ha
de carbono acima do solo. Esses resultados são decorrentes do manejo adotado nos SAFs, que é regulado pela intensidade de sombreamento das bananeiras,
que não deve ser excessiva. Este manejo utiliza podas drásticas e remove árvores de grande porte do sistema quando o sombreamento é excessivo,
para evitar a queda de produção de banana nos SAFs. Esta situação foi observada em todas as unidades amostrais e parcelas permanentes utilizadas.
Por outro lado, este manejo agroflorestal também privilegia a regeneração assistida, dentro da visão do agricultor agroecológico,
de que uma dada combinação de espécies seja benéfica ao SAF, o que causa a manutenção da diversidade destes sistemas produtivos pelo
ingresso de indivíduos jovens de diversas espécies.
Deve-se ressaltar a necessidade de uso de equações alométricas ajustadas para estes locais,
que gerem valores mais precisos de biomassa e carbono, uma vez que as equações utilizadas neste trabalho
são bastante generalistas, tanto quanto o fator de conversão indicado pelo IPCC. Porém, estes somente poderão
ser desenvolvidos por pesquisas científicas mais específicas quanto as espécies ocorrentes nos SAFs, e de maior
abrangência quanto a área de SAFs e forma de manejo, que varia de agricultor para agricultor. Foi observado também,
indícios de superestimavas para biomassa e carbono com o uso das equações utilizadas neste trabalho, o que já era esperado.
Contudo, até o momento, não dispomos de equações e fatores de conversão específicos para os SAFs desta região.
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