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SAFs
PROJETO AMPLIAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE SAFs NA SERRA E LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL
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Sistemas Agroflorestais
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O que são Sistemas Agroflorestais (SAFs)?
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Os SAFs, segundo Silva (2013), são formados por um conjunto de técnicas de manejo da vegetação que combinam intencionalmente,
em uma mesma unidade de área, espécies florestais (árvores, palmeiras, bambuzeiros) e cultivos agrícolas, com ou sem a presença de animais,
para ofertar bens e serviços em bases sustentáveis a partir das interações estabelecidas. Os SAFs são um dos componentes do manejo da paisagem diretamente
ligado à implementação de corredores ecológicos e ao desenvolvimento sustentável (SCHROTH et al., 2004).
No Litoral Norte do Rio Grande do Sul são manejados SAFs do tipo silvibananeiros, a partir da conversão de bananais convencionais
em bananais agroflorestais ou pela implantação de novas áreas de cultivo, onde são consorciadas espécies arbóreas da Mata Atlântica
com o cultivo de banana (Musa sp), palmito juçara (Euterpe edulis Martius), espécies frutíferas e uma diversificada variedade de plantas
não arbóreas nativas e exóticas, manejadas sob a óptica da agricultura ecológica (VIVAN, 2010). A figura 1 ilustra um exemplo deste tipo de SAFs.
Figura 1. Sistemas Agroflorestais Silvibananeiros no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
Como os SAFs contribuem na proteção do meio-ambiente?
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Os sistemas agroflorestais são sistemas inteligentes e diversificados que produzem alimentos, madeiras, entre outros produtos, que podem aumentar a
renda do agricultor reduzindo a pressão sobre as florestas nativas, ajudando a conservar e proteger o solo, água, biodiversidade, a fixar carbono,
entre outros benefícios (NUNES e VIVAN, 2011). Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) tem sido considerados cada vez mais importantes no Brasil, e também no Paraguai,
pelo menos como estratégia-piloto de desenvolvimento sustentável em ecossistemas ameaçados, enquanto inseridos no contexto da agricultura ecológica de base campesina
e familiar (AMARAL et al., 2013).
Nestes contextos, os SAFs funcionam como estratégia de união dos objetivos da produção agropecuária com a conservação do solo, da água, do clima local e potencialmente da biodiversidade.
Quando os SAFs realizam funções ecológicas que seriam realizadas pela vegetação natural de um bioma ou de uma formação vegetacional, tem-se os Serviços Ambientais (SA)
(NUNES e VIVAN, 2011; AMARAL et al., 2013).
O que são Serviços Ambientais?
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Os SA podem designar uma das muitas funcionalidades ecológicas realizadas por um uso alternativo da terra, a exemplo dos SAFs,
nos quais se podem capturar e manter estoques de Carbono; evitar erosão do solo e contribuir para melhor qualidade de água (AMARAL et al., 2013).
Quando as funcionalidades ecológicas são realizadas pela vegetação natural de um bioma ou formação vegetacional, tem-se os Serviços Ecossistêmicos (SE).
A figura 2 ilustra essa diferença.
Ambos interagem e complementam-se, pois, juntos formam um conjunto de processos naturais realizados pelos ecossistemas, que são capazes de assegurar a
ocorrência da vida no planeta e as condições para as atividades produtivas do meio ambiente e do homem. O trabalho é realizado pelos ecossistemas,
mas atuação e intervenção do ser humano se faz necessária, para mantê-los ou restaurá-los, nos casos onde áreas degradas venham a ser convertidas para SAFs, dando origem aos SA.
Figura 2. Conceito entre Serviços Ecossistêmicos e Sistemas Ambientais.
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Área de Atuação do Projeto
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A área de atuação do Projeto foi o Litoral Norte do Rio Grande do Sul, também conhecida como região de Torres,
onde foram encontrados os SAFs silvibananeiros nos municípios de Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul, Dom Pedro de Alcântara e Mampituba.
A figura 3 ilustra essa região, que também pode ser visualizada no Menu SIG (Sistema de Informação Geográfica), no qual se tem delimitados
os limites dos municípios, os limites dos SAFs inventariados e a localização das parcelas (ícones). Clicando em cada um desses elementos podem
ser acessadas informações como a identificação do município e do agricultor, a área dos SAFs, os valores de diversidade de espécies (nats/indivíduo),
biomassa arbórea acima do solo (t/ha) e o carbono estocado na mesma (t/ha).
Figura 3. Área de Atuação do Projeto.
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Nesta região a vegetação predominante é a Floresta Ombrófila Densa – FOD, uma das formações vegetacionais que compõem o bioma Mata Atlântica no sul do Brasil (IBGE, 2012).
O clima é do tipo Cfa, subtropical úmido com verão quente, segundo a classificação de Köppen, com temperatura média anual de 19º C, e médias mensais variando entre 15,3º e 24,5º C.
A precipitação média anual fica em torno de 1700 mm (EMBRAPA, 2011). Os solos dessa região são predominantemente da classe dos Argissolos, em locais bem drenados, e Gleissolos nos locais
mal drenados (STRECK et al., 2008).
Nos municípios desta região, existem muitos agricultores familiares que adotaram os SAFs para manejar as áreas de cultivos de banana. Estes SAFs são economicamente viáveis,
principalmente pela produção de banana e polpa de frutos de juçara, além de outros produtos, que alcançam mercados locais e regionais, tais como redes de supermercados,
feiras na região metropolitana da grande Porto Alegre, acesso aos programas de aquisição de alimentos para a merenda escolar e instituições assistenciais e do serviço público
de saúde nos municípios da região de Torres-RS (PAA e PNAE), além de agroindústrias e pequenas indústrias locais. A figura 4 ilustra alguns produtos obtidos com o uso de banana
e juçara produzidas nestes SAFs (AMARAL et al., 2013a).
Figura 4. Produtos obtidos de matérias-primas produzidas em SAFs Silvibananeiros.
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Objetivo
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O objetivo do projeto foi apresentar e divulgar o potencial dos SAFs no Litoral Norte do Rio Grande do Sul
em promover serviços ambientais, tais como a capacidade de conservação de espécies da Mata Atlântica e estoque
de carbono na biomassa das árvores. O projeto faz uso de um sistema de informações geográficas (SIG) para localizar
os SAFs nesta região e para apresentar o resultado de um inventário florestal piloto realizado nos mesmos para estimar
o índice de diversidade de espécies e a quantidade de biomassa e carbono estocado nas árvores que compõem os sistemas.
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